Deuses e Monstros

"[Man Ray libertou ] a fotografia de sua função documental para torná-la um objeto com status próprio ; um objeto que pode muito bem ser usado para conjurar o mundo do sonho, tanto quanto em seu emprego mais comum, de capturar o mundo da visão cotidiana" - Anthony Shelton em 'Man Ray, a Arte Africana e a Lente Modernista'
(Continua Abaixo)



Sou atraída por objetos culturais do México e da Guatemala: máscaras, animais de madeira entalhada, figuras de papel machê, brinquedos - por razões semelhantes às de Man Ray e dos modernistas, que, no caso deles, foram atraídos pela arte Africana. Em viagens para o sul do México e Guatemala, frequento lojas de máscaras, mercados e bazares locais, procurando as figuras que mais tarde povoarão minhas fotografias. Como, por que, quando e onde esses objetos entram em minha vida é uma parte importante do processo. Eu tomo objetos muito antigos, com um passado único, no Mexico ou na Guatemala – muitos foram usados ​​em festivais religiosos- e, por assim dizer, lhes dou uma segunda vida em Nova York, no presente. Quando volto para casa, leio prodigiosamente e descubro o máximo possível sobre eles.

As impressões cromogênicas da série Deuses e Monstros são experiências em que abro mão do controle. Técnicas de fotografia básicas, como focar e compor uma imagem no telêmetro, são abandonadas . Eu uso o filme e evito manipulações digitais, tanto ao captar como ao imprimir as imagens. Fotografo através de gelatinas de plástico coloridas, para adicionar formas e cores, para abstrair e de alguma forma tornar irreconhecíveis os detalhes, criando cenários oníricos. Cada imagem é uma surpresa que jamais se repete. Estou sempre deixando ir, quebrando hábitos aprendidos como pintora e fotógrafa, explorando e vendo o que vai acontecer. Nesta série, eu estou "pintando com a câmera", criando variações que liberam minha câmera de ser um dispositivo mecânico que grava o que está à sua frente.

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